Euphrosynus era monge em um dos mosteiros palestinos, e tinha como obediência trabalhar como cozinheiro. Trabalhando duro em prol da comunidade, Euphrosynus nem por isso retirava seu pensamento de Deus, mas antes vivia em jejum e oração, sempre lembrando também que a obediência é o primeiro dever do monge. Sua paciência era maravilhosa: frequentemente era reprovado por seus irmãos, mas não reclamava e suportava cada comentário insatisfeito. Santo Euphrosynus agradava o Senhor por meio de sua virtude interna, que escondia dos olhos das demais pessoas; e o próprio Senhor revelou à comunidade as alturas espirituais de seu modesto irmão. Um dos padres do mosteiro orava e pedia a Deus para que lhe mostrasse as bem-aventuranças preparadas para os justos no século vindouro. O sacerdote viu em um sonho como era o Paraíso, e contemplou sua beleza inexplicável com temor e alegria. Ele também percebeu que lá se encontrava um monge de seu mosteiro, o cozinheiro Euphrosynus. Maravilhado com este encontro, o presbítero perguntou ao cozinheiro como ele tinha vindo parar lá. O santo respondeu que se encontrava no Paraíso através da grande misericórdia de Deus. O padre pediu então a Euphrosynus algo da beleza que lhes rodeava. O santo sugeriu ao sacerdote levar aquilo que quisesse, e assim ele apontou para três maçãs suculentas que cresciam no Jardim do Paraíso. O santo monge então colheu-as, enrolou-as em um pano, e deu as maçãs ao seu irmão.

Quando o sacerdote acordou pela manhã pensou que a visão havia sido somente um sonho, mas repentinamente notou que próximo a ele se encontrava o pano e as frutas do Paraíso, que emitiam uma prodigiosa fragrância. O padre encontrou santo Euphrosynus na Igreja e lhe perguntou sob juramente onde ele havia estado na noite anterior. O cozinheiro respondeu que havia estado onde o sacerdote também se encontrava. E continuou, dizendo que o Senhor, realizando os pedidos do padre, havia mostrado a ele o Paraíso e, através dele, ''o mais indigno dos servos de Deus'', lhe concedido os frutos do Jardim. O sacerdote descreveu todas estas coisas à comunidade monástica, destacando a elevação espiritual de Euphrosynus e apontando para os frutos paradisíacos. Os monges, profundamente afetados pelo que ouviram, correram para a cozinha para prestar respeitos pelo santo, mas não o encontraram lá. Fugindo da glória humana, Santo Euphrosynus havia deixado o mosteiro. O lugar em que se escondeu permaneceu desconhecido, mas os irmãos mantiveram sua memória. Reverentemente, eles mantiveram e distribuíram pedaços das maçãs do Paraíso como bençãos e para curas.

Tropário

Mamas, também conhecido como Mamede, nasceu na Paphlagonia, Ásia menor, no terceiro século. Seus pais, Theodotus e Rufina, eram cristãos ilustres e piedosos. Os pais do santo foram presos pelos pagãos por sua confissão de fé e trancafiados em uma prisão em Cesareia, na Capadócia. Conhecendo sua própria fraqueza corporal, Theodotus orou para que o Senhor o levasse antes que fosse submetido às torturas. O Senhor ouviu suas preces e ele faleceu na prisão. Santa Rufina morreu pouco depois de seu marido, após dar luz a um filho prematuro. Ela o confiou a Deus, implorando para que o Senhor fosse o protetor e defensor do órfão. Deus ouviu as orações de Santa Rufina em seu leito de morte, e uma rica viúva cristã chamada Amnia reverentemente sepultou os corpos do casal e levou o menino para casa, criando-o como se fosse seu próprio filho. Mamas cresceu na fé cristã e recebeu esmerada educação. Antes que alcançasse a maturidade já se distinguia por grande discernimento. Por meio de conversas e pela força de seu exemplo, São Mamas convertia muitos de seus colegas à verdadeira fé. O governador, Demócrito, quando informado sobre o rapaz de quinze anos de tão grande fama, ordenou que Mamas fosse preso e levado a julgamento. Em deferência à sua ascendência nobre, Demócrito decidiu não submeter o jovem à tortura, mas o remeteu ao Imperador Aureliano [270-275]. O Imperador tentou primeiro demover o jovem da fé de modo gentil, mas logo se voltou para as ameaças a fim de levar Mamas à apostasia. O santo, no entanto, corajosamente confessava a fé e apontava a loucura pagã em sua idolatria a ídolos sem vida. Furioso, o Imperador submeteu o jovem a cruéis torturas. Eles tentaram afogar Mamas, mas um anjo salvou-o e o levou para viver em uma alta montanha no meio do deserto, não longe de Cesaréia. Ali o santo construiu uma pequena igreja, vivendo em rigorosa temperança, jejum e oração. Logo recebeu um notável poder sobre as forças da natureza: bestas selvagens que habitavam a região se juntavam a ele no topo do monte e ouviam as leituras do Santo Evangelho. São Mamas se alimentava do leite de cabras e veados selvagens. O asceta não ignorava as necessidades de seu próximo, e preparava queijo a partir do leite para doar aos despossuídos. Logo sua fama se espalhou por toda a Cesaréia. O governador enviou um destacamento de soldados para prendê-lo. Quando os soldados o encontraram no alto da montanha não o reconheceram, confundindo-o com um pastor. O santo convidou-os para que entrassem em sua habitação, ofereceu-lhes leite e, por fim, disse seu nome, sabendo que a morte em Cristo o esperava. O servo de Deus disse aos servos do Imperador que partissem para Cesaréia, prometendo que logo os seguiria. Os soldados esperaram por ele nos portões da cidade e São Mamas veio até eles acompanhado por um leão. Entregando-se nas mãos dos pagãos, Mamas foi levado a juízo diante de um governador chamado Alexandre, que o submeteu a torturas prolongadas. Mas a vontade do santo não foi quebrada, pelo contrário, foi fortalecida por uma voz que veio do alto: ''Seja forte e corajoso, Mamas.'' Quando jogaram o santo para as feras selvagens, as criaturas não o tocaram. Finalmente, os sacerdotes pagãos o feriram com um tridente. Mortalmente ferido, São Mamas foi enviado para fora dos limites da cidade. Ali, em uma pequena caverna de pedra, ele entregou seu espírito a Deus. São Mamas foi enterrado pelos cristãos no lugar de sua morte. 

Tropário

Santo descendente dos mártires,
tu avidamente seguiste seus passos:
enquanto pregava o nome do Salvador te rejubilaste ao cumprir a batalha.
Sábio e glorioso Mamas,
ora a Cristo nosso Deus, para que nos salve. 

Kondákion

Pastor do teu povo em pastagens vivificante
com os que  te foram dados por Deus.
E esmaga os inimigos invisíveis debaixo dos pés daqueles que te bendizem.
Para que todos em perigo tenham a ti
como um intercessor fervoroso, ó São Mamas.

NOTA: As traduções das orações e cânticos, neste blog, são para o uso meramente semântico.

O primeiro dia do Ano Novo da Igreja é também chamado de início da Indicção. Este tempo vem do latim e significa ''prescrever, impor'' e era originalmente ligado à imposição de taxas no Egito. A primeira Indicção foi em 312, quando o Imperador Constantino, o Grande, teve a visão miraculosa da Cruz no Céu. Antes da introdução do calendário Juliano, o calendário romano comemorava o ano novo no dia primeiro de setembro. De acordo com a Santa Tradição, foi também em primeiro de setembro que Cristo adentrou a sinagoga para anunciar Sua missão à humanidade, tal como relatado no Evangelho segundo São Lucas. A Santa Tradição também ensina que foi neste dia que os hebreus adentraram a Terra Prometida. 

Tropário

Kondákion