Tropário

Pimen nasceu por volta de 340, no Egito. Quando adulto, recebeu a tonsura em um dos mosteiros egípcios junto com seus dois irmãos, Anoub e Paisius. Os três irmãos eram tão rigorosos em sua ascese que não deixaram sua cela nem mesmo para receber uma visita de sua mãe. São Pimen lhe prometeu, falando de trás da porta fechada do quarto em que praticava suas orações e jejuns, que se ela suportasse a dor da saudade dos filhos naquela vida, certamente teria a companhia eterna deles no século vindouro. A mãe dos três ascetas assentiu e retornou para casa. A fama das virtudes de São Pimen se espalhou por toda a região, de modo que até o governador do distrito veio vê-lo. Temeroso que a visita de dignitários e do povo atrapalhassem sua quietude, São Pimen se recusou a receber o governador. Pimen era o pai espiritual de muitos outros monges, que escreviam as resposta do santo para que servissem para a edificação de outros. Certa feita um monge lhe disse que havia pecado gravemente e que desejava passar três anos em penitência, perguntando-lhe se o santo asceta considerava tempo suficiente. Pimen respondeu-lhe que era tempo demais. O monge então continuou a questioná-lo, desejando saber quanto tempo de penitência seria necessário. O santo disse-lhe que ''se um homem se arrepende do fundo de seu coração e tem a firme intenção de não voltar a pecar, então Deus aceita três dias de penitência.'' Muitas vezes, Pimen deixava de compartilhar o pão por uma ou mais semanas, dado o rigor de sua ascese. Ele aconselhava os demais a se alimentarem todos os dias e certa vez ouviu falar de um monge que estava a uma semana sem se alimentar mas que havia perdido a sua paz. São Pimen se lamentou que o monge fosse capaz de se abster de alimentos durante uma semana mas que não pudesse fazer o mesmo com a ira por um dia sequer. Quando perguntado sobre o que era melhor, se estar silente ou falar, Pimen respondeu que ''aquele que fala por causa de Deus age bem, e aquele que se cala por causa de Deus age bem também.'' Acrescentou também que ''se um homem parece silente mas seu coração condena os demais, então ele está sempre falando. Há muitos homens que falam o dia todo, mas ele está verdadeiramente silente pois não diz nada que não seja útil''. O santo dizia, ''é útil observar três coisas: temor a Deus, oração frequente e boas ações para com o próximo''. Certa vez, São Pimen e seus discípulos foram ao mosteiro de Scetis. Lá souberam que um Ancião estava aborrecido com sua chegada, pois sentia ciúmes porque os monges não mais lhe consultavam e sim a Pimen. Para consolar o eremita, o santo foi até ele com sua comunidade levando comida como presente. Mas o Ancião se recusou a recebê-lo. Então o santo disse, ''não iremos embora enquanto não nos for permitido ver o santo Ancião''. E permaneceu em pé à porta da cela em meio ao calor do deserto. Vendo a humildade e paciência de Pimen,o Ancião o recebeu gentilmente e disse-lhe ''não apenas é verdade o que tenho ouvido ao seu respeito, como percebo que suas obras são cem vezes maiores''. Uma vez, um monge de outro país procurou Pimen para consultar sua sabedoria. Ele começou a falar sobre sublimes temas de difícil compreensão. O santo se afastou dele e permaneceu em silêncio. Seus discípulos disseram ao monge que o santo asceta não gostava de falar sobre assuntos tão elevados. Então o monge começou a conversar sobre a luta contra as paixões da alma. Pimen se virou para ele com o rosto alegre dizendo, ''agora você falou bem e eu irei lhe responder''. Por longo tempo ensinou como lutar contra as paixões e conquistá-las. São Pimen, chamadao de ''o Grande'' pelo tamanho de sua auto-renúncia, faleceu aos 110 anos de idade, por volta do ano 450.